Cine Ouro: julho 2017

Muito boa noite!

Nosso tópico de hoje veio direto da Idade da Pedra...

Ficha técnica:

Os Flintstones – O Filme

Título Original: The Flintstones

Ano de Lançamento: 1994

País: EUA

Direção: Brian Levant

Produção: Bruce Cohen

Produção Executiva: William Hanna, Joseph Barbera, Kathleen Kennedy

Roteiro: Tom S. Parker, Jim Jennewein, Steven E. de Souza

Gênero: Comédia

Elenco: John Goodman, Rick Moranis, Elizabeth Perkins, Rosie O’Donnell, Kyle McLachlan, Halle Berry, Elizabeth Taylor, Dann Florek

Orçamento: US$46.000.000,00

Receita: US$341.600.000,00

Companhias Produtoras: Amblin Entertainment, Hanna-Barbera Productions

Música: David Newman

Distribuição: Universal Pictures

Nossa nota: 5/5

Enredo:

Bedrock, 1.000.000 a.C. Mais um dia normal na Pedregulho & Cia. A não ser pelo fato do vice-presidente da empresa, Cliff Vandercave (Kyle McLachlan) e sua secretária, senhorita Ágata Cristal (Halle Berry) estarem preparando um esquema com empresas fantasmas para fraudar a companhia. Vemos então a clássica abertura da série, reproduzida com os atores do filme. Termina o expediente, e Fred Flintstone (John Goodman) e seu vizinho e melhor amigo, Barney Rubble (Rick Moranis) voltam para suas casas. Barney está muito agradecido a Fred, já que este usou suas economias para ajudar Barney e Betty (Rosie O’Donnell) a adotarem uma criança. Porém, Wilma (Elizabeth Perkins) não sabe disso. Fred chega em casa, brinca com Pedrita (interpretada pelas irmãs Elaine e Melanie Silver) e em seguida é indagado por Wilma sobre o que aconteceu com as economias deles, já que ela queria comprar um novo triturador e descobriu que o dinheiro sumiu. Fred então conta o que aconteceu, o que deixa Wilma emocionada. Na agência de adoção, Betty está nervosa, já que seu bebê está para chegar. Ele então é trazido, todo sujo e rebelde, já que fora criado com os mastodontes. Já em casa, aos poucos, o pequeno Bam-Bam (interpretado pelos irmãos Hlynur e Marinó Sigurðsson) se revela um menino muito forte. À noite, no boliche, Barney lê uma poesia de agradecimento a Fred por tê-lo ajudado na adoção de Bam-Bam, deixando seu amigo emocionado e prometendo pagar um dia. Fred chega em casa sorrateiramente, mas acaba dando de cara com sua sogra, Pearl Slaghoople (Elizabeth Taylor), que detesta o genro, e os dois não poupam xingamentos um ao outro, com ela dizendo que Fred nunca vai ser ninguém na vida. O grandalhão então rebate, dizendo que um dia provará o contrário a ela. No outro dia, Vandercave anuncia um teste de aptidão para os funcionários da pedreira, sendo que aquele que tiver a melhor nota será o novo vice-presidente. Porém, tudo isso não passa de um plano nefasto para que ele e a senhorita Cristal deem um golpe na empresa e, para saírem ilesos, precisam de alguém a quem possam responsabilizar. Chega o dia do teste, e Fred não sabe nada. Barney vê o teste de seu amigo e se apavora. Lembrando-se da promessa de retribuir o favor, resolve trocar a prova de Fred pela sua. Para surpresa de todos, Fred tira a melhor nota. No dia seguinte, Fred e Barney chegam na empresa, e Fred pede um trocado emprestado pro lanche. Dentro do prédio, é calorosamente recepcionado por Cliff, que lhe apresenta sua sala, sua mesa, seu pterofone e sua secretária, a estonteante senhorita Cristal. Cliff percebe que precisa se certificar de que Fred irá fazer o que ele quiser, e como primeira medida, o manda demitir Barney, já que ele tirou a pior nota. Caso não faça isso, tanto Barney quanto ele serão demitidos. Ao chegarem em casa, Fred é recepcionado com uma festa surpresa organizada por Barney e Betty, que também lhe compram uma maleta personalizada, mas Fred não aceita e anuncia que Barney está demitido. Barney entende a situação, mas se apavora quando sabe do motivo – afinal, a nota da prova dele era de Fred. No dia seguinte, Fred chega para uma reunião na empresa, onde Cliff apresenta um novo sistema de fabricação de casas pré-fabricadas, que funciona a vapor e dispensa mão-de-obra. Mais e mais fichas de requisição – falsas, diga-se de passagem – chegam para Fred assinar, mas ele nem se dá ao trabalho de ler, apesar dos avisos do pterofone, que ele faz questão de humilhar e se nega a dar ouvidos a um equipamento. Porém, quando ele resolve questionar e ler, é distraído por Cristal, o que Wilma surpreende. Resolvida a questão, ela anuncia que os Rubble precisaram alugar a casa pra não passarem fome, e ela os levou para sua casa. Vendo que Fred não é tão idiota quanto parece, Cliff lhe dá um generoso bônus. Enquanto Fred e Wilma vivem sua vida de novos-ricos, Barney e Betty ficam em situação cada vez pior, com Barney se metendo em empregos cada vez mais perigosos. No outro dia, antes de sair, Cliff pede que Fred assine recibos de “férias prolongadas” para todos os funcionários da pedreira. À noite, Fred, Wilma e Betty vão a um jantar dançante em um badalado clube de Bedrock, enquanto esperam Barney chegar. Para surpresa de todos, Barney é o garçom do lugar. Pela TV, ele vê uma manifestação em frente à pedreira, já que todos os funcionários foram demitidos. Barney questiona Fred, que assinou tudo sem questionar, e confessa que trocou as provas. Depois de trocarem acusações de inveja e ingratidão, Barney e Betty decidem sair da casa dos Flintstones. Wilma também se cansa da situação e vai para a casa de sua mãe com Pedrita. No dia seguinte, Fred descobre os planos de Cliff e percebe que foi feito de idiota, enquanto o pterofone lhe diz que não foi por falta de aviso. Fred ameaça entregar Cliff ao sr. Pedregulho, enquanto Cliff lembra Fred de que era o nome dele nas assinaturas. Fred então passa a ser procurado pela polícia e pelos ex-funcionários da companhia, que querem linchá-lo, e foge. Wilma vê na televisão uma dramatização do que aconteceu, e tem uma ideia para provar a inocência de seu marido: o pterofone. Enquanto isso, Fred é descoberto pelos ex-funcionários, e é levado para ser enforcado. Barney aparece e, se dizendo amigo de Fred, é levado para a forca também, onde se reconcilia com seu amigo. Wilma e Betty vão até a companhia e apanham o pterofone. Cristal descobre que Cliff comprou apenas uma passagem de avião, que alega que vai viajar primeiro para não levantar suspeitas, o que deixa Cristal desconfiada. Cliff vê Wilma e Betty levando o pterofone. As duas chegam bem na hora de impedir que seus maridos sejam enforcados, e o pterofone conta a todos como Fred foi ludibriado. Ao chegarem em casa, descobrem que Cliff sequestrou Pedrita e Bam-bam, exigindo o pterofone como resgate. Fred e Barney levam o aparelho até a companhia, onde as crianças estão amarradas na máquina a vapor. O pterofone é entregue, mas Cliff liga a máquina mesmo assim. Fred e Barney tentam resgatar as crianças, mas não conseguem, até que Fred tem uma ideia: lembrando de como destruiu a maquete da máquina, resolve fazer o mesmo com a máquina de verdade, salvando Barney e as crianças. Como resultado, uma mistura de água, vapor e areia é formada. Cliff se prepara para atirar em Fred, mas é impedido por Cristal, que lhe bate com a bolsa de dinheiro. Wilma e Betty chegam com o Sr. Pedregulho e com a polícia. Cliff tenta fugir, mas é atingido em cheio pela mistura de água e areia, virando uma estátua humana. Pedregulho quer promover Fred por ter concebido a mistura – a qual ele chama de “concreto” – mas Fred recusa, querendo apenas seu velho emprego de volta, além de melhores condições para os trabalhadores, o que Pedregulho concede. Os Flintstones e os Rubble vão para casa, enquanto Fred pede a Barney, na maior cara-de-pau, um trocado para o lanche, fazendo Barney perseguir Fred. O filme então termina com o encerramento clássico da série, também reproduzido com os atores.

Desenvolvimento e produção:

Os direitos de adaptação foram adquiridos em 1985 pelos produtores Keith Barish e Joel Silver, que chamaram Steven E. de Souza para escrever o filme e Richard Donner para dirigi-lo. Porém, nenhum dos roteiros agradou e os direitos foram posteriormente adquiridos por Steven Spielberg para sua Amblin Entertainment, com Brian Levant na direção. Levant é um fã confesso da série animada, tendo uma invejável coleção de itens, mostrando assim ser a escolha certa para dirigir o filme. O diretor chamou uma turma de roteiristas de sua confiança, formando uma equipe que chegou ao número de dezoito pessoas.

Para viver Fred Flintstone, foram considerados vários nomes, como James Belushi, Dan Aykroyd, Bill Murray e Chevy Chase, mas o papel acabou ficando com John Goodman, que era o único que tinha o porte físico necessário. Isso era tão sério que, caso o ator desistisse do papel, o filme seria cancelado. Para viver Barney, a primeira escolha foi Danny DeVito, que se considerou “lento” para o papel, sugerindo seu amigo Rick Moranis. Para interpretar Ágata Cristal (cujo nome original é Sharon Stone) foi a própria atriz Sharon Stone, que não pode participar devido a conflitos de agenda – o papel foi então entregue a bela Halle Berry. Além do elenco principal, outras caras conhecidas aparecem no filme, como o humorista Jonathan Winters, o apresentador Jay Leno, a banda The B-52’s, os criadores da série animada, William Hanna e Joseph Barbera, a voz original da Wilma no desenho, Jean Vander Pyl, além da eterna diva do cinema americano, Elizabeth Taylor, em seu último papel nos cinemas. Os efeitos especiais ficaram por conta da Industrial Light & Magic, enquanto os animatrônicos foram feitos pela Jim Henson’s Creature Shop – a mesma empresa responsável pelos personagens de Família Dinossauros. A banda The B-52’s participa no filme como os “BC-52’s” (o “BC” seria “before Christ” – antes de Cristo), e chegaram a gravar um clipe promocional com a música tema dos Flintstones, com a participação dos atores.

Apesar da excelente bilheteria, as críticas ao filme foram em geral negativas, muito em parte a algumas tramas do filme, como fraudes empresariais, problemas com a sogra, e também as insinuações de Ágata Cristal em cima de Fred, que é um homem casado.

O filme teve uma prequela lançada em 2000, Os Flintstones em Viva Rock Vegas, que, ainda que tenha sido bem recebido pela crítica, foi um fracasso nas bilheterias.

Nossa opinião:

Toda adaptação para cinema é sempre cercada, além da óbvia expectativa, de muito medo. Em geral, sempre há muitas modificações, que acabam desagradando os fãs. Não creio que seja o caso, aqui. Tanto a ambientação quanto a caracterização dos personagens estão muito bem feitas, embora uma ou outra coisa não tenha ficado tão fiel ao desenho. A crítica caiu em cima das tramas mais adultas do filme, que não seriam apropriadas para crianças (e nem entendidas por elas). No entanto, isso não chega a ser um problema, já que o desenho foi criado para audiências mais maduras, e só foi “infantilizando” com o tempo. Isso, porém, não estraga a bela experiência de ver os Flintstones com atores de verdade, vivendo em uma Bedrock muito bem reconstruída, com direito a marcas adaptadas para a época (Chevron vira Chevrock, McDonald’s vira RocDonald’s e por aí vai), as gags e efeitos sonoros, sem contar a icônica reprodução da abertura e do encerramento do desenho com os atores, é de encher os olhos.

O sucesso do filme se deve, em partes, à excelente atuação de John Goodman, que se jogou de cabeça no personagem, a tal ponto que em alguns momentos esquecemos que tem um ator por trás daquele Fred Flintstone. Rick Moranis personifica um ótimo Barney. Até mesmo Dann Florek consegue fazer bem o Sr. Pedregulho, apesar do pouco que o personagem aparece. O mesmo, porém, não se pode dizer de Rosie O’Donnell, que apenas em poucos momentos lembra a Betty (o que não vem a ser um problema, visto que a personagem já não tinha muita expressão no desenho). Elizabeth Taylor, apesar de estar à vontade em sua personagem, está muito diferente de sua contraparte do desenho, que era gorda e parecia mais velha, enquanto Taylor, apesar de já ter mais idade, era bastante esbelta, além de que, no filme, aparenta ser uma rica em decadência.

Apesar do que dizem as críticas, o filme é muito bom, e uma das melhores adaptações já feitas, em minha opinião. Vale muito a pena!

Fique agora com algumas imagens!