domingo, 23 de julho de 2017

BATALHA DO PLANETA DOS MACACOS (1973)



Muito boa noite!

E chegamos, enfim, ao último capítulo da saga dos macacos!

Ficha técnica:
Batalha do Planeta dos Macacos
Título Original: Battle for the Planet of the Apes
Ano de Lançamento: 1973
País: EUA
Direção: J. Lee Thompson
Produção: Arthur P. Jacobs
Roteiro: Paul Dehn, John William Corrington, Joyce Hooper Corrington
Gênero: Ficção Científica
Elenco: Roddy McDowall, Claude Akins, Natalie Trundy, Austin Stoker, Bobby Porter, Paul Williams, Severn Darden, Lew Ayres, Noah Keen, France Nuyen, Paul Stevens, John Huston
Orçamento: US$1.700.000,00
Receita: US$8.800.000,00
Companhias Produtoras: APJAC Productions
Música: Leonard Rosenman
Distribuição: 20th Century-Fox

Nossa nota: 4/5

Enredo:
O filme começa no ano de 2670, onde somos apresentados ao orangotango Legislador (John Huston) que conta a história de Cesar (Roddy McDowall) nos primeiros anos de seu domínio, que estabeleceu a sociedade símia dominando os humanos remanescentes de uma violenta guerra nuclear. Os eventos narrados ocorrem aproximadamente dez anos depois dos eventos do filme anterior. Nessa sociedade pós-guerra, os macacos ainda vivem em uma certa harmonia com os humanos, que são agora praticamente escravos dos símios, vivendo sob rígidas leis impostas por Cesar. Cesar também exige que os macacos aprendam a escrever, estando sob os ensinos do professor humano Simão (Noah Keen). Entre eles estão Cornelius (Bobby Porter) filho de Cesar e Lisa (Natalie Trundy), e o general Aldo (Claude Akins). Lá, os macacos são ensinados sobre a máxima lei “símio não matará símio”. Aldo não concorda que os gorilas, que assim como ele, são soldados, precisem aprender a escrever. Suas atitudes em aula fazem Simão lhe dizer a palavra “não”, terminantemente proibida por Cesar de ser dita a um macaco, enquanto que um macaco pode dizer a um humano – isso porque era a palavra mais ouvida pelos macacos nos tempos de escravidão nas mãos dos humanos. Aldo e os outros gorilas perseguem Simão, que é defendido por Cesar e pelo sábio orangotango Virgil (Paul Williams). Porém, Cesar lamenta não ter conhecido seus pais, os quais poderiam lhe contar a respeito do futuro do mundo, que Cesar não acredita que terminaria em uma destruição. Então, seu braço-direito MacDonald (Austin Stoker) lhe fala sobre as gravações de Cornelius e Zira feitas pelo governo americano, que estão arquivadas no subsolo da antiga cidade, devastada pela guerra nuclear. Isso enche Cesar de alegria, que quer ir até lá para ver isso tudo de perto. Então, Cesar, MacDonald e Virgil partem para lá levando armas, visto que mesmo que os escombros da cidade estejam tomados por radioatividade, ainda pode haver pessoas vivendo no lugar. E é nesse lugar desolado que vivem os humanos mutantes afetados pela radiação, sob o comando do governador Kolp (Severn Darden) e seus ajudantes Alma (France Nuyen) e Mendez (Paul Stevens). Cesar, MacDonald e Virgil assistem às gravações e precisam sair de lá antes que a radiação lhes faça mal. Porém Kolp, pensando que eles estão lá para espionar, ordena que os outros mutantes os matem, mas eles conseguem escapar. Pensando que voltariam lá para matá-los, Kolp manda sentinelas irem atrás do trio e descobrem a cidade dos macacos. Cesar convoca os demais macacos em conselho e lhes conta sobre a cidade proibida, os mutantes e sua hostilidade, e conclama a todos para se prepararem caso um dia sejam invadidos por eles. E, de fato, ao saber da localização da cidade dos macacos, Kolp e os mutantes começam a se preparar para a guerra. Durante a noite, o pequeno Cornelius segue seu esquilo de estimação pelo lado de fora da casa, e inadvertidamente, encontra Aldo e seus subordinados tramando um plano para exterminar os humanos e tirar Cesar do poder. Quando nota Cornelius em cima de uma árvore, Aldo começa a cortar o galho onde o menino está pendurado, e este cai, ficando inconsciente. Amanhece o dia, e os mutantes avançam a caminho da cidade dos macacos, atacando dois sentinelas no caminho. Cornelius está muito mal, sem esperança de se salvar, o que deixa Cesar sem chão e sem sair de perto de seu filho. Virgil lamenta o incidente com MacDonald, que conta que descobriu que o galho não quebrou, mas foi cortado. Aldo invade o conselho e, sem Cesar por perto, manda que todos os humanos sejam levados aos currais, enquanto prepara seu exército para a iminente batalha. Virgil conta a Cesar que Aldo está no comando, mas Cesar se recusa a sair de perto do filho. Em seu leito de morte, Cornelius conta que alguém o machucou e que querem machucar Cesar, e em seguida, morre. Os mutantes chegam na cidade e logo começam a bombardeá-la. Enquanto avançam em direção da cidade, os macacos montam barricadas e abrem fogo contra os mutantes. Com os invasores avançando, os macacos recuam para a cidade, onde Kolp e os outros conseguem chegar, encontrando toda a população morta. Depois de subjugar Cesar, Kolp e os mutantes são surpreendidos pelos macacos, que estavam se fingindo de mortos. Vários mutantes são feitos prisioneiros, mas Kolp e alguns poucos escapam, mas ao saírem da cidade são emboscados por Aldo e os gorilas, que não poupam ninguém. Na cidade, Cesar pede que os humanos sejam libertados, mas é confrontado por Aldo, que ameaça matá-lo caso seja necessário. Virgil então lembra da mais sagrada lei dos macacos, “símio não matará símio”, e, na frente de todos, entrega Aldo como responsável pelo acidente que vitimou Cornelius. Cesar o persegue até o alto de uma árvore, de onde Aldo cai e morre. Cesar então divaga com MacDonald que acredita que seja possível que macacos e humanos possam sim viver amigavelmente, e certo de que o futuro é feito por nós mesmos a cada dia. O filme termina, então, com o Legislador, que é mostrado contando essa história, seiscentos anos depois, tanto para crianças humanas como para símias. Vemos então uma estátua de Cesar, de cujo olho escorre uma lágrima.

Desenvolvimento e produção:
O roteirista Paul Dehn, que escreveu os três filmes anteriores, foi novamente contratado para escrever esta última parte, mas retirou-se antes de terminar para cuidar de sua saúde (veio a falecer pouco mais de um ano depois, em 1974). Foram então chamados os roteiristas John William Corrington e Joyce Hooper Corrington, que tinham ganhado popularidade com o roteiro de A Última Esperança da Terra, mas não tinham nenhuma experiência com ficção científica. Para piorar, o casal até então não tinha visto nenhum dos filmes anteriores. Dehn foi então chamado para revisar o roteiro. Reescreveu 90% dos diálogos e também alterou o final, que originalmente mostraria crianças humanas e símias se desentendendo e brigando. Com essas alterações, clamava para si o crédito como roteirista, mas o sindicato responsável decidiu a favor do casal Corrington como únicos creditados pelo roteiro. Além disso, o diretor J. Lee Thompson não estava contente com o roteiro do filme, além do orçamento, que se fosse maior poderia ter um filme muito melhor produzido. Foi também o penúltimo filme produzido por Arthur P. Jacobs, que veio a falecer menos de duas semanas depois da estreia do filme.

Nossa opinião:
No capítulo final dessa excelente saga, ela mostra os sinais de seu desgaste. É uma laranja que foi espremida até não haver mais nem uma gota de suco. Apesar do filme finalizar a saga de forma que ela faça sentido, algumas coisas dentro do filme não foram muito felizes – talvez por ter sido escrito primeiro por um casal que nunca tinha visto os outros filmes. Por exemplo, passam-se apenas dez anos entre o filme anterior e este, e é incrível como os macacos já possuíam uma comunidade estruturada, com seus habitantes falando fluentemente. Mesmo dentro do universo dos filmes isso parece meio forçado... Embora todos ali tentassem fazer o melhor que podiam, o roteiro não ajudava grande coisa. Cesar não tinha tanto pulso firme como no filme anterior, o que nos faz pensar que com a brandura que tem aqui, não teria conseguido fazer a revolução que fez. O célebre diretor John Huston faz uma ponta aqui como o Legislador, uma espécie de profeta dos macacos. É ele quem conta a história do filme, ocorrida há seiscentos anos, o que pode explicar que algumas coisas que ele conta “não devem ter sido bem assim.” Teve ainda a substituição de atores no papel de MacDonald, com a desculpa esfarrapada de que Austin Stoker interpreta um irmão do MacDonald do filme anterior.
Batalha tem ligações diretas com o segundo filme, De Volta ao Planeta dos Macacos, pois mostra também a origem dos humanos mutantes que vivem no subterrâneo. Essa ligação fica ainda maior com uma cena cortada da edição para cinema, mas exibida nas reprises de TV, onde mostra a bomba total, venerada pelos mutantes no futuro. Na cena em questão, Kolp queria atirá-la contra a cidade dos macacos, mas é impedido por Mendez.
Com o menor orçamento da franquia, fica evidente a tentativa da Fox de lucrar muito com pouco investimento. O orçamento era tão baixo que o diretor, J. Lee Thompson, sentiu que o filme poderia ter sido melhor se não tivessem enxugado tanto o investimento. Isso fica evidente na cena que deveria ser a mais impactante do filme: a batalha. Do lado dos mutantes, há uma meia dúzia de figurantes contra dezenas de macacos, e mesmo com essa desvantagem em número, conseguem invadir a cidade. O final emblemático mostra uma estátua de Cesar chorando, provavelmente por saber que o futuro será realmente amargo. Em resumo, se não fosse parte de uma das franquias mais queridas do cinema, Batalha seria facilmente um filme esquecível.




Considerações sobre a franquia:
Apesar dos pesares, Planeta dos Macacos é uma das sagas mais queridas do cinema, tendo sido uma inovação tanto pelo roteiro, como pela maquiagem e também pela trilha sonora. Talvez o único erro tenha sido não dar tempo para o público sentir saudades e ter vontade de ver novos filmes, já que em um período de seis anos (1968 a 1973) foram feitos cinco filmes. Aliás, essa é uma característica desses filmes: não dá pra ver apenas um. Tão logo se vê o primeiro deles, se quer logo ver os demais, porque a história é sim, contagiante e instigante.
Uma outra característica que se sobressai é a dependência que esses filmes tem uns em relação aos outros. Não se pode ver os filmes isoladamente, pois vai sempre faltar alguma coisa. Isso sem contar os detalhes, que podem ser percebidos com olhares mais atentos. Por exemplo, no começo do primeiro filme, Taylor menciona no seu discurso um tal Dr. Hasslein, que aparece no terceiro filme. No segundo filme, vemos os mutantes que vivem no subterrâneo, que são descendentes dos mutantes vistos no quinto filme. Ainda, os vemos entoando um hino de louvor à bomba chamado “Mendez II”. O assistente de Kolp no quinto filme se chama Mendez, e provavelmente ficou em seu lugar quando Kolp foi morto. Sendo assim, temos um paradoxo que deixa qualquer filósofo orgulhoso: se Cornelius e Zira não tivessem voltado ao passado e deixado seu filho, o Planeta dos Macacos não existiria – e se este não existisse, Cornelius e Zira jamais teriam voltado para o passado e deixado seu descendente para dar início ao futuro de onde eles vieram. Complicado, não?
Além dos cinco filmes originais, a franquia ainda originou uma série de TV em 1974, uma série animada em 1975, um remake em 2001 dirigido por Tim Burton e também um reboot em 2011, que deu origem a uma nova série de filmes, com o terceiro estreando agora em agosto nos cinemas. Além, é claro, da campanha "Go Ape!", que chamava para maratonas dos cinco filmes em sessões de cinema, em 1973. Porém, nenhuma nova produção conseguirá tirar o brilho dessas pioneiras obras, que já tem seu nome marcado na história do cinema.

Pôster da campanha "Go Ape!", que chamava para maratonas dos filmes nos cinemas.


Fique agora com algumas imagens!


































































































Cenas deletadas, onde se vê a "bomba total":






Pôster original de cinema



Fotos de bastidores:

Roddy McDowall, Bobby Porter e Natalie Trundy




Arthur P. Jacobs e Natalie Trundy

Noah Keen e Bobby Porter em cena


O diretor J. Lee Thompson e equipe



John Huston e Arthur P. Jacobs


Roddy McDowall e Arthur P. Jacobs


Bobby Porter, J. Lee Thompson, Austin Stoker, Noah Keen, Roddy McDowall e Claude Akins




Críticas e análises


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