Muito boa noite!
Hoje vamos aprender que no espaço, ninguém vai ouvir você gritando.
Ficha
técnica:
Alien – O
Oitavo Passageiro
Título
Original: Alien
Ano de
Lançamento: 1979
País: EUA
Direção: Ridley Scott
Produção: Gordon Carroll, David
Giler, Walter Hill
Roteiro: Dan O’Bannon, Ronald
Shusett
Gênero: Ficção Científica, Terror
Elenco: Tom Skerritt, Sigourney
Weaver, Veronica Cartwright, John Hurt, Harry Dean Stanton, Ian Holm, Yaphet
Kotto, Bolaji Badejo
Orçamento:
US$11.000.000,00
Receita: US$104.931.801,00
Companhias
Produtoras: Brandywine Productions
Música: Jerry Goldsmith
Distribuição:
20th Century-Fox
Nossa nota: 5/5
Enredo:
Num futuro
distante, a nave espacial Nostromo
está voltando para a Terra, rebocando uma enorme refinaria com vinte toneladas
de minério, e trazendo consigo seus sete tripulantes: o capitão Dallas (Tom
Skerritt), a tenente Ripley (Sigourney Weaver), o primeiro oficial Kane (John
Hurt), a navegadora Lambert (Veronica Cartwright), o oficial de ciências Ash
(Ian Holm), o engenheiro chefe Parker (Yaphet Kotto) e o engenheiro técnico
Brett (Harry Dean Stanton), além do mascote da tripulação, o gato Jones.
Durante a viagem, o sistema da Nostromo detecta um pedido de socorro vindo
de um planetoide e acorda a tripulação, que estava em sono criogênico. Eles
discutem a necessidade de prestar socorro, já que são uma nave de transporte,
não de resgate e, portanto, não teriam nem mesmo armamento necessário para se
defender de possíveis ameaças. Mas decidem ir, já que isso
estava previsto em cláusula de contrato com a “Companhia”, os seus
empregadores. A tripulação desacopla o reboque e desce no planeta em uma
aterrissagem complicada, que acaba danificando a nave. Enquanto Parker e Brett
consertam o veículo, Dallas, Kane e Lambert descem no planeta para investigar o
pedido de ajuda, que Ripley supõe ser uma espécie de aviso. O sinal vem de uma
nave abatida, onde encontram dentro dela os restos mortais de uma enorme
criatura que parece ter explodido de dentro pra fora. Ao investigar mais
adentro, Kane encontra uma porção de estruturas semelhantes a ovos. Um deles
eclode e uma espécie de parasita se gruda ao seu rosto. Desesperados, Dallas e
Lambert o levam de volta à Nostromo, mas Ripley, querendo seguir o protocolo de
quarentena, não quer deixá-los entrar. Ash protesta e permite a entrada deles,
contrariando o protocolo. Com Kane aparentemente em coma, Ash e Dallas tentam
remover o parasita de seu rosto, mas a criatura sangra ácido, corroendo vários
andares da nave e por pouco não perfura seu casco. Com a nave consertada, eles
partem de lá para a Terra. Depois de um tempo, o parasita se solta sozinho e
morre, e Kane acorda, aparentemente ileso. Todos se reúnem para jantar antes de
entrarem novamente em sono criogênico, quando Kane começa a passar mal, tendo
convulsões. Os outros o deitam na mesa para socorrê-lo, mas seu abdômen
explode, saindo de lá uma horrível criatura, que sai correndo pelo corredor e
desaparece, diante dos olhos atônitos dos demais. Após lançarem o corpo de Kane
ao espaço, a tripulação se organiza para encontrar a criatura e eliminá-la. Sem
armamento adequado, eles tentam se virar como podem, com lança-chamas,
dispositivos de choques e improvisando sensores de movimento. Com tudo pronto,
os tripulantes se dividem em duas equipes: Dallas, Ash e Lambert vão para um
lado, enquanto Ripley, Parker e Brett vão para outro. Brett segue o gato até a
sala dos motores da refinaria, onde o alien, agora crescido, o captura e o leva
para os dutos de ventilação. Dallas entra nos dutos para encurralar a criatura
até uma câmara de saída de ar para expulsá-la ao espaço. Porém, Dallas acaba
sendo surpreendido e também é capturado e morto. Agora no comando, Ripley
sugere que se dividam em duplas para encontrar o alien. Tendo acesso ao
sistema, Ripley vai atrás de respostas, e descobre que Ash foi encarregado pela
Companhia de recolher o espécime e o levar para a Terra para estudos, não
importando que a tripulação morra, caso seja necessário. Ash tenta se explicar
com Ripley, mas ela não quer ouvi-lo. Ash tranca Ripley e a ataca, tentando
sufocá-la. Parker e Lambert chegam para salvá-la, mas Ash demonstra ter uma
força muito maior do que aparenta. Parker dá uma pancada em Ash com um
lança-chamas, mas ele surta e começa a girar sem controle e a vomitar líquido.
Parker lhe dá uma pancada na cabeça e a arranca, mostrando que Ash é, na
verdade, um androide. Ripley, Parker e Lambert religam Ash para tentar descobrir
uma maneira de matar a criatura, mas este diz que não há como fazer isso.
Ripley então decide explodir a refinaria, com os três se arriscando no módulo
da Nostromo. Ela dá a Parker e Lambert sete minutos para juntarem todos os
tubos de oxigênio que conseguirem, enquanto ela prepara o módulo. Ripley
encontra o gato, enquanto escuta pelos transmissores que o alien está atacando
Parker e Lambert. Ela tenta correr pra ajudar, mas já é tarde. Aciona então o
mecanismo de destruição da nave, tendo agora dez minutos para salvar sua vida. Como
o alien bloqueia seu caminho, ela tenta, sem sucesso, abortar a detonação. Sem
ter outra alternativa, vai ao encontro do monstro para tentar passar para o
módulo, ao que descobre que ele desapareceu, conseguindo escapar por um triz da
explosão. Agora no módulo, Ripley se prepara para entrar, junto com o gato, em
sono criogênico. Até que se dá conta de que o alien está lá junto com ela.
Escondendo-se no armário, ela veste um traje de astronauta e se prepara pra
enfrentar a criatura. Prendendo-se na cadeira, ela abre a escotilha da nave e,
com a despressurização, o alien cai porta afora. Como ela atira nele com um
arpão, ele fica preso na nave, tentando entrar novamente por um dos motores.
Ripley o aciona, e o alien é mandado para o espaço. A tenente então faz seu
relatório e se coloca em sono criogênico, esperando a patrulha espacial
resgatá-la.
Desenvolvimento
e produção:
O roteirista
Dan O’Bannon já havia escrito e dirigido uma ficção científica nos anos 1970,
chamada Dark Star, que era uma
comédia. Ele agora queria fazer um terror, que fosse convincente. Ele então se
junta a Ronald Shusett, depois de ter escrito um roteiro que serviria de base
para Alien: uma nave cargueira que
desce em um planetoide e é invadida por uma criatura alienígena – a qual ainda
não se sabia como seria seu visual. O’Bannon conheceu os desenhos de H. R.
Giger, que ilustrava capas de livros de ficção científica, e ficou
impressionado com a qualidade, fazendo-os serem perturbadores ao mesmo tempo que
eram bonitos, e escreveu o Alien do filme baseado em um desses desenhos.
Para
escrever o roteiro de Alien, O’Bannon
tirou elementos de vários filmes de ficção científica e terror produzidos nas
décadas anteriores, dizendo sempre que não copiou apenas um filme, mas todos. O
roteiro foi então para as mãos de Walter Hill, David Giler e Gordon Carroll,
donos da companhia Brandywine Productions, que tinha ligações próximas com a
Fox. Com o contrato assinado, Giler e Carroll não estavam satisfeitos com o
roteiro e fizeram várias alterações, o que criou uma certa tensão entre os
roteiristas. A maioria das alterações era sobre Ash ser um androide e sobre os
diálogos serem mais naturais. A Fox só autorizou a produção do filme depois de
ver o sucesso de Star Wars em 1977.
O diretor
Ridley Scott foi chamado para a direção por ser um dos poucos diretores
disponíveis à época que levaria o filme realmente a sério, chegando inclusive a
fazer storyboards das cenas para poder se guiar melhor – o resultado disso foi
tão positivo que fez a Fox dobrar o orçamento.
No elenco,
O’Bannon queria atores maduros, que pudessem passar uma maior credibilidade à
história. De fato, a única pessoa do elenco que não tinha experiência
cinematográfica era justamente a protagonista, Sigourney Weaver, que foi a
última a entrar para o elenco, fazendo seus testes já nos próprios cenários
enquanto eram construídos. As filmagens duraram quatorze semanas, muito em
parte devido à pressão da Fox para que tudo terminasse no prazo. As cenas do
planetoide foram as mais complicadas, já que as roupas eram muito grossas e sem
saída de ar, e mais ainda com uma onda de calor, fazendo os atores quase
desmaiarem durante as gravações. Os interiores da Nostromo foram construídos
individualmente, com corredores que os conectavam. Os atores precisavam passar
por eles, dando a exata sensação de claustrofobia que o diretor queria passar.
Já o intérprete do Alien, o nigeriano Bolaji Badejo, foi apresentado ao diretor
após ter sido encontrado em um bar. Magro e alto, com 2,18m, ele passaria a
noção exata do tamanho do monstro.
Nossa
opinião:
“No espaço,
ninguém vai ouvir você gritando.” Essa premissa claustrofóbica resume muito bem
o enredo desse clássico não apenas da ficção científica em si, mas do cinema em
geral. Saído diretamente de uma época onde os diretores e equipe de produção
não podiam se dar ao luxo de usar efeitos computadorizados a esmo, os efeitos
práticos marcam presença em todas as cenas, inclusive no monstro. Tudo ali é
tão bem construído que nem parece ter sido feito em 1979. Tudo flui com uma
naturalidade que não se vê mais hoje em dia. Você consegue sentir empatia pelos
personagens, lamentando a morte de cada um deles – isso se deve ao fato de
nenhum deles ser um super-herói. Todos são humanos, são trabalhadores, e tudo
que eles queriam era terminar logo o serviço para poder voltar pra casa. E com
isso todos nós nos identificamos.
Em minha
opinião, Alien (que no Brasil ganhou
um subtítulo auto explicativo) não deveria ser classificado como terror. Ele
pende muito mais para o suspense. Isso porque o que causa medo e tensão no
espectador é justamente o que não se vê – basta reparar que a criatura não tem
nem quinze minutos em tela, embora roube a cena em todas as vezes que aparece.
Ah, mas falemos do Alien. Talvez seja o extraterrestre mais lembrado dos
cinemas, perdendo apenas para o ET de Spielberg. Desde seu “nascimento” (uma
cena antológica, parodiada aos montes na TV e no cinema) até ser revelado já
adulto em toda a sua plenitude, é uma criação fantástica, através dos traços do
suíço H. R. Giger. Aliás, o cara não ficou só no design do Alien, mas também de
todo o planetoide, em especial a criatura gigante que os astronautas encontram,
mostrando algo visceral e, ao mesmo tempo, fascinante.
O elenco, com
atores já maduros, realmente torna aquilo tudo verossímil. E estão todos muito
bem, em especial Ian Holm, interpretando o androide Ash. Aliás, a cena onde se
descobre isso é uma das melhores do filme – ainda que tenha me arrancado
risadas involuntárias diante da bizarrice da situação: primeiro ele começa a
suar um líquido estranho que mais parece leite, pra depois tentar sufocar
Ripley com uma revista. Mas a cereja do bolo acontece quando Parker o acerta:
ele simplesmente surta, girando feito um doido e cuspindo aquele líquido, que
depois se descobre ser o lubrificante de seus mecanismos.
Agora, o
destaque maior do elenco não é outro senão Sigourney Weaver. Vinda do teatro e
sem nenhuma experiência em filmes, ela mergulha totalmente em sua personagem, sustentando
sozinha o fechamento da história – em parte, graças à habilidade de Ridley
Scott, que estava apenas em seu segundo trabalho, embora tenha sido o primeiro
de maior alcance, colocando o nome dele e de Weaver entre os grandes nomes do
cinema.
Alien – O Oitavo Passageiro tem seu nome
impresso nas listas de melhores filmes de todos os tempos, é um clássico
atemporal e indispensável para qualquer fã de cinema, tendo dado origem a uma
franquia composta por mais cinco filmes, sendo que o sexto – Alien: Covenant – está em exibição nos
cinemas. Além, é claro, de ter tido dois encontros com o Predador.
Fique agora
com algumas imagens!
Pôster original de cinema |
Fotos de bastidores:
Da esquerda para a direita: John Hurt, Veronica Cartwright, Tom Skerritt, Yaphet Kotto, Sigourney Weaver, Harry Dean Stanton e Ian Holm |
Ridley Scott, Ian Holm e Sigourney Weaver |
O ator Bolaji Badejo, intérprete do Alien |
Maquete do planetoide |
Ridley Scott e equipe no set de filmagem |
Ridley Scott e Sigourney Weaver |
Críticas e
análises
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