domingo, 16 de julho de 2017

ALIEN - O OITAVO PASSAGEIRO (1979)



Muito boa noite!

Hoje vamos aprender que no espaço, ninguém vai ouvir você gritando.

Ficha técnica:
Alien – O Oitavo Passageiro
Título Original: Alien
Ano de Lançamento: 1979
País: EUA
Direção: Ridley Scott
Produção: Gordon Carroll, David Giler, Walter Hill
Roteiro: Dan O’Bannon, Ronald Shusett
Gênero: Ficção Científica, Terror
Elenco: Tom Skerritt, Sigourney Weaver, Veronica Cartwright, John Hurt, Harry Dean Stanton, Ian Holm, Yaphet Kotto, Bolaji Badejo
Orçamento: US$11.000.000,00
Receita: US$104.931.801,00
Companhias Produtoras: Brandywine Productions
Música: Jerry Goldsmith
Distribuição: 20th Century-Fox

Nossa nota: 5/5

Enredo:
Num futuro distante, a nave espacial Nostromo está voltando para a Terra, rebocando uma enorme refinaria com vinte toneladas de minério, e trazendo consigo seus sete tripulantes: o capitão Dallas (Tom Skerritt), a tenente Ripley (Sigourney Weaver), o primeiro oficial Kane (John Hurt), a navegadora Lambert (Veronica Cartwright), o oficial de ciências Ash (Ian Holm), o engenheiro chefe Parker (Yaphet Kotto) e o engenheiro técnico Brett (Harry Dean Stanton), além do mascote da tripulação, o gato Jones. Durante a viagem, o sistema da Nostromo detecta um pedido de socorro vindo de um planetoide e acorda a tripulação, que estava em sono criogênico. Eles discutem a necessidade de prestar socorro, já que são uma nave de transporte, não de resgate e, portanto, não teriam nem mesmo armamento necessário para se defender de possíveis ameaças. Mas decidem ir, já que isso estava previsto em cláusula de contrato com a “Companhia”, os seus empregadores. A tripulação desacopla o reboque e desce no planeta em uma aterrissagem complicada, que acaba danificando a nave. Enquanto Parker e Brett consertam o veículo, Dallas, Kane e Lambert descem no planeta para investigar o pedido de ajuda, que Ripley supõe ser uma espécie de aviso. O sinal vem de uma nave abatida, onde encontram dentro dela os restos mortais de uma enorme criatura que parece ter explodido de dentro pra fora. Ao investigar mais adentro, Kane encontra uma porção de estruturas semelhantes a ovos. Um deles eclode e uma espécie de parasita se gruda ao seu rosto. Desesperados, Dallas e Lambert o levam de volta à Nostromo, mas Ripley, querendo seguir o protocolo de quarentena, não quer deixá-los entrar. Ash protesta e permite a entrada deles, contrariando o protocolo. Com Kane aparentemente em coma, Ash e Dallas tentam remover o parasita de seu rosto, mas a criatura sangra ácido, corroendo vários andares da nave e por pouco não perfura seu casco. Com a nave consertada, eles partem de lá para a Terra. Depois de um tempo, o parasita se solta sozinho e morre, e Kane acorda, aparentemente ileso. Todos se reúnem para jantar antes de entrarem novamente em sono criogênico, quando Kane começa a passar mal, tendo convulsões. Os outros o deitam na mesa para socorrê-lo, mas seu abdômen explode, saindo de lá uma horrível criatura, que sai correndo pelo corredor e desaparece, diante dos olhos atônitos dos demais. Após lançarem o corpo de Kane ao espaço, a tripulação se organiza para encontrar a criatura e eliminá-la. Sem armamento adequado, eles tentam se virar como podem, com lança-chamas, dispositivos de choques e improvisando sensores de movimento. Com tudo pronto, os tripulantes se dividem em duas equipes: Dallas, Ash e Lambert vão para um lado, enquanto Ripley, Parker e Brett vão para outro. Brett segue o gato até a sala dos motores da refinaria, onde o alien, agora crescido, o captura e o leva para os dutos de ventilação. Dallas entra nos dutos para encurralar a criatura até uma câmara de saída de ar para expulsá-la ao espaço. Porém, Dallas acaba sendo surpreendido e também é capturado e morto. Agora no comando, Ripley sugere que se dividam em duplas para encontrar o alien. Tendo acesso ao sistema, Ripley vai atrás de respostas, e descobre que Ash foi encarregado pela Companhia de recolher o espécime e o levar para a Terra para estudos, não importando que a tripulação morra, caso seja necessário. Ash tenta se explicar com Ripley, mas ela não quer ouvi-lo. Ash tranca Ripley e a ataca, tentando sufocá-la. Parker e Lambert chegam para salvá-la, mas Ash demonstra ter uma força muito maior do que aparenta. Parker dá uma pancada em Ash com um lança-chamas, mas ele surta e começa a girar sem controle e a vomitar líquido. Parker lhe dá uma pancada na cabeça e a arranca, mostrando que Ash é, na verdade, um androide. Ripley, Parker e Lambert religam Ash para tentar descobrir uma maneira de matar a criatura, mas este diz que não há como fazer isso. Ripley então decide explodir a refinaria, com os três se arriscando no módulo da Nostromo. Ela dá a Parker e Lambert sete minutos para juntarem todos os tubos de oxigênio que conseguirem, enquanto ela prepara o módulo. Ripley encontra o gato, enquanto escuta pelos transmissores que o alien está atacando Parker e Lambert. Ela tenta correr pra ajudar, mas já é tarde. Aciona então o mecanismo de destruição da nave, tendo agora dez minutos para salvar sua vida. Como o alien bloqueia seu caminho, ela tenta, sem sucesso, abortar a detonação. Sem ter outra alternativa, vai ao encontro do monstro para tentar passar para o módulo, ao que descobre que ele desapareceu, conseguindo escapar por um triz da explosão. Agora no módulo, Ripley se prepara para entrar, junto com o gato, em sono criogênico. Até que se dá conta de que o alien está lá junto com ela. Escondendo-se no armário, ela veste um traje de astronauta e se prepara pra enfrentar a criatura. Prendendo-se na cadeira, ela abre a escotilha da nave e, com a despressurização, o alien cai porta afora. Como ela atira nele com um arpão, ele fica preso na nave, tentando entrar novamente por um dos motores. Ripley o aciona, e o alien é mandado para o espaço. A tenente então faz seu relatório e se coloca em sono criogênico, esperando a patrulha espacial resgatá-la.

Desenvolvimento e produção:
O roteirista Dan O’Bannon já havia escrito e dirigido uma ficção científica nos anos 1970, chamada Dark Star, que era uma comédia. Ele agora queria fazer um terror, que fosse convincente. Ele então se junta a Ronald Shusett, depois de ter escrito um roteiro que serviria de base para Alien: uma nave cargueira que desce em um planetoide e é invadida por uma criatura alienígena – a qual ainda não se sabia como seria seu visual. O’Bannon conheceu os desenhos de H. R. Giger, que ilustrava capas de livros de ficção científica, e ficou impressionado com a qualidade, fazendo-os serem perturbadores ao mesmo tempo que eram bonitos, e escreveu o Alien do filme baseado em um desses desenhos.
Para escrever o roteiro de Alien, O’Bannon tirou elementos de vários filmes de ficção científica e terror produzidos nas décadas anteriores, dizendo sempre que não copiou apenas um filme, mas todos. O roteiro foi então para as mãos de Walter Hill, David Giler e Gordon Carroll, donos da companhia Brandywine Productions, que tinha ligações próximas com a Fox. Com o contrato assinado, Giler e Carroll não estavam satisfeitos com o roteiro e fizeram várias alterações, o que criou uma certa tensão entre os roteiristas. A maioria das alterações era sobre Ash ser um androide e sobre os diálogos serem mais naturais. A Fox só autorizou a produção do filme depois de ver o sucesso de Star Wars em 1977.
O diretor Ridley Scott foi chamado para a direção por ser um dos poucos diretores disponíveis à época que levaria o filme realmente a sério, chegando inclusive a fazer storyboards das cenas para poder se guiar melhor – o resultado disso foi tão positivo que fez a Fox dobrar o orçamento.
No elenco, O’Bannon queria atores maduros, que pudessem passar uma maior credibilidade à história. De fato, a única pessoa do elenco que não tinha experiência cinematográfica era justamente a protagonista, Sigourney Weaver, que foi a última a entrar para o elenco, fazendo seus testes já nos próprios cenários enquanto eram construídos. As filmagens duraram quatorze semanas, muito em parte devido à pressão da Fox para que tudo terminasse no prazo. As cenas do planetoide foram as mais complicadas, já que as roupas eram muito grossas e sem saída de ar, e mais ainda com uma onda de calor, fazendo os atores quase desmaiarem durante as gravações. Os interiores da Nostromo foram construídos individualmente, com corredores que os conectavam. Os atores precisavam passar por eles, dando a exata sensação de claustrofobia que o diretor queria passar. Já o intérprete do Alien, o nigeriano Bolaji Badejo, foi apresentado ao diretor após ter sido encontrado em um bar. Magro e alto, com 2,18m, ele passaria a noção exata do tamanho do monstro.

Nossa opinião:
“No espaço, ninguém vai ouvir você gritando.” Essa premissa claustrofóbica resume muito bem o enredo desse clássico não apenas da ficção científica em si, mas do cinema em geral. Saído diretamente de uma época onde os diretores e equipe de produção não podiam se dar ao luxo de usar efeitos computadorizados a esmo, os efeitos práticos marcam presença em todas as cenas, inclusive no monstro. Tudo ali é tão bem construído que nem parece ter sido feito em 1979. Tudo flui com uma naturalidade que não se vê mais hoje em dia. Você consegue sentir empatia pelos personagens, lamentando a morte de cada um deles – isso se deve ao fato de nenhum deles ser um super-herói. Todos são humanos, são trabalhadores, e tudo que eles queriam era terminar logo o serviço para poder voltar pra casa. E com isso todos nós nos identificamos.
Em minha opinião, Alien (que no Brasil ganhou um subtítulo auto explicativo) não deveria ser classificado como terror. Ele pende muito mais para o suspense. Isso porque o que causa medo e tensão no espectador é justamente o que não se vê – basta reparar que a criatura não tem nem quinze minutos em tela, embora roube a cena em todas as vezes que aparece. Ah, mas falemos do Alien. Talvez seja o extraterrestre mais lembrado dos cinemas, perdendo apenas para o ET de Spielberg. Desde seu “nascimento” (uma cena antológica, parodiada aos montes na TV e no cinema) até ser revelado já adulto em toda a sua plenitude, é uma criação fantástica, através dos traços do suíço H. R. Giger. Aliás, o cara não ficou só no design do Alien, mas também de todo o planetoide, em especial a criatura gigante que os astronautas encontram, mostrando algo visceral e, ao mesmo tempo, fascinante.
O elenco, com atores já maduros, realmente torna aquilo tudo verossímil. E estão todos muito bem, em especial Ian Holm, interpretando o androide Ash. Aliás, a cena onde se descobre isso é uma das melhores do filme – ainda que tenha me arrancado risadas involuntárias diante da bizarrice da situação: primeiro ele começa a suar um líquido estranho que mais parece leite, pra depois tentar sufocar Ripley com uma revista. Mas a cereja do bolo acontece quando Parker o acerta: ele simplesmente surta, girando feito um doido e cuspindo aquele líquido, que depois se descobre ser o lubrificante de seus mecanismos.
Agora, o destaque maior do elenco não é outro senão Sigourney Weaver. Vinda do teatro e sem nenhuma experiência em filmes, ela mergulha totalmente em sua personagem, sustentando sozinha o fechamento da história – em parte, graças à habilidade de Ridley Scott, que estava apenas em seu segundo trabalho, embora tenha sido o primeiro de maior alcance, colocando o nome dele e de Weaver entre os grandes nomes do cinema.
Alien – O Oitavo Passageiro tem seu nome impresso nas listas de melhores filmes de todos os tempos, é um clássico atemporal e indispensável para qualquer fã de cinema, tendo dado origem a uma franquia composta por mais cinco filmes, sendo que o sexto – Alien: Covenant – está em exibição nos cinemas. Além, é claro, de ter tido dois encontros com o Predador.


Fique agora com algumas imagens!


























































































































Pôster original de cinema

Fotos de bastidores:
Da esquerda para a direita: John Hurt, Veronica Cartwright, Tom Skerritt, Yaphet Kotto, Sigourney Weaver, Harry Dean Stanton e Ian Holm







Ridley Scott, Ian Holm e Sigourney Weaver






O ator Bolaji Badejo, intérprete do Alien








Maquete do planetoide






Ridley Scott e equipe no set de filmagem
Ridley Scott e Sigourney Weaver





Críticas e análises

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