Muito boa noite!
Chegamos ao terceiro episódio na franquia original de Planeta dos Macacos!
Ficha
técnica:
Fuga do
Planeta dos Macacos
Título Original: Escape from the
Planet of the Apes
Ano de
Lançamento: 1971
País: EUA
Direção: Don
Taylor
Produção: Arthur
P. Jacobs
Roteiro: Paul
Dehn
Baseado nos
personagens criados por Pierre Boulle
Gênero: Ficção
Científica, Aventura
Elenco: Roddy
McDowall, Kim Hunter, Bradford Dillman, Natalie Trundy, Eric Bradeen, Ricardo
Montalbán, Sal Mineo, William Windom
Companhias
Produtoras: APJAC Productions
Música: Jerry
Goldsmith
Distribuição:
20th Century-Fox
Nossa nota:
5/5
Enredo:
Ano de 1973.
Militares estão resgatando a espaçonave de Taylor, que caiu no mar. Todos ficam
sem reação quando percebem que os ocupantes do veículo espacial são macacos:
Cornelius (Roddy McDowall), Zira (Kim Hunter) e Dr. Milo (Sal Mineo). Os três
são então levados ao zoológico de Los Angeles, onde Dr. Milo teoriza sobre o
que poderia ter lhes acontecido: antes que o planeta explodisse, os três
decolaram na nave de Taylor, resgatada e reformada por Milo. Assim que saíram
do planeta, o impacto da explosão fez a nave passar por um distúrbio de
inversão de tempo, atirando-os há dois mil anos no passado. Sabendo que são
diferentes, resolvem ficar em silêncio. Ali são mantidos sob os cuidados dos
cientistas, Dr. Lewis Dixon (Bradford Dillman) e Dra. Stephanie Branton
(Natalie Trundy). Os dois reparam que os macacos são bastante inteligentes por
possuírem suas próprias roupas e por saberem vesti-las, mas ainda não sabem que
eles falam. Testes de inteligência são feitos com Zira, sendo que para ela
esses testes são uma grande bobagem. Quando testam como ela faria para alcançar
uma banana, ela se irrita e grita que não gosta de bananas, fazendo Stephanie
desmaiar. Dr. Milo fica então andando de um lado para o outro pensando no que
fazer, agora que os humanos já sabem que eles podem falar, mas é pego por um
gorila da jaula ao lado, que o mata. Depois disso, Lewis se aproxima de
Cornelius e Zira, agora sozinhos neste mundo estranho, e conquistam a amizade
dele e de Stephanie. Diante de uma descoberta dessas, é convocada pelo
presidente dos EUA (interpretado por William Windom) uma comissão de inquérito
com autoridades civis, militares, e também da comunidade científica e
religiosa, para descobrir como e por que a nave de Taylor voltou, e também para
testar a inteligência dos macacos. É então revelado à comissão e à imprensa que
eles falam, e contam que, junto com Dr. Milo, resgataram a nave naufragada de
Taylor e a reformaram, ao que Zira fala, titubeando e engasgando palavras, que
vieram do futuro. Isso deixa as autoridades perplexas – especialmente o Dr.
Otto Hasslein (Eric Braeden), que crê que é perfeitamente possível que isso
tenha acontecido, e teme pelo futuro da humanidade, especialmente quando
Cornelius fala que estavam fugindo de uma guerra. Secretamente, Cornelius e
Zira contam a Stephanie e Lewis que, no futuro, os humanos serão tratados como
animais e usados como cobaias em experiências científicas, além admitirem ter
conhecido Taylor, e que viram a Terra ser destruída. Na mesma noite, Otto vai à
TV explicar sua teoria de como os macacos vieram para cá. Cornelius e Zira se mudam
do zoológico para um apartamento de cobertura, e logo caem nas graças do
público, se tornando celebridades, ganhando roupas do nosso tempo e
participando de eventos sociais. Porém, durante uma visita a um museu, Zira
desmaia. Quando acorda, diz que está grávida. Isso preocupa Otto, que acompanha
Zira até em casa e lhe faz companhia até que Cornelius chegue. Para obter
informações que ficaram claramente omitidas pelos macacos, Otto embebeda Zira e
grava suas declarações, num gravador disfarçado de carteira de cigarro.
Involuntariamente, Zira conta tudo, e Otto mostra a gravação ao presidente, que
diz que não pode fazer nada contra os macacos, que são pacíficos. Entretanto,
Otto insiste que houve discrepâncias nas declarações de Cornelius e Zira, o que
faz com que a comissão presidencial decida levá-los a uma unidade do exército,
onde ficarão à disposição da CIA, sob os cuidados de Otto. Sendo então
interrogados, Cornelius conta como os macacos se tornaram superiores: cães e
gatos foram exterminados por uma praga, e os macacos foram tomados pelos homens
como seus animais de estimação. Imitando seus donos, passaram a executar
tarefas como cozinhar, limpar a casa, fazer compras, etc. Até que entenderam o
conceito de escravidão, e se rebelaram contra seus donos. Depois de mostrar a
eles as contradições em suas declarações à comissão, Otto chama Lewis para que
este aplique o soro da verdade em Zira, que revela as atrocidades que os
macacos cometiam com os humanos. Com essas afirmações, a comissão chega à
conclusão de que o bebê de Zira não pode nascer, e ela e Cornelius devem ser
esterilizados, já que a procriação deles trará riscos ao futuro da raça humana.
Quando um enfermeiro vem trazer um jantar para Zira, chamando o bebê de gorila,
Cornelius o empurra e foge com Zira. Enquanto isso, Lewis chama Stephanie para
que o ajude. Zira e Cornelius escapam das barreiras da base militar, mas Zira
está entrando em trabalho de parto. Sem saída, Cornelius resolve voltar para
pedir ajuda, mesmo que isso custe sua vida. No meio do caminho, descobre que o enfermeiro
que ele empurrou bateu a cabeça e morreu, o que agravou ainda mais a situação
deles. O presidente dá ordens claras a Otto que os macacos precisam ser
capturados vivos. Cornelius vê Stephanie chegando, se justifica dizendo que não
tinha a intenção de matar, e lhe pede ajuda para o parto de Zira. Os dois então
são levados por Lewis ao circo de seu amigo Armando (Ricardo Montalbán), onde
uma chimpanzé de nosso tempo, Heloise, também havia dado à luz. O bebê de Zira
e Cornelius nasce, e é chamado por eles de Milo, em homenagem ao cientista
morto. Porém Otto começa a procurá-los em parques, zoológicos e também em
circos, fazendo com que Zira, Cornelius e o pequeno Milo não possam mais ficar
no circo de Armando. Ele põe em Milo um pingente de são Francisco de Assis,
para que proteja o bebê e seus pais. Antes de partirem, Zira se despede da
chimpanzé Heloise. Lewis dá a Cornelius uma arma, que a usaria somente em
último caso. Ele e Zira são instruídos a irem até plataforma de petróleo
desativada para se abrigar em um navio abandonado, onde estarão em segurança
até que as buscas por eles terminem. A caminho de lá, eles param para
descansar, mas quando continuam, Zira esquece sua bolsa, o que, no dia
seguinte, indica o destino deles a Otto, que decide agir por conta própria.
Quando descobrem essa situação, Lewis e Stephanie vão atrás deles. No navio,
Zira tenta ensinar seu bebê a falar. Otto sobe no navio e começa a
persegui-los, enquanto as Forças Armadas se dirigem para lá. Quando Zira vê
Lewis e Stephanie chegando, tenta ir até eles, mas Otto atira nela e no bebê.
Cornelius, do alto, mata Otto, que cai no mar. Os soldados atiram em Cornelius,
que cai morto no convés do navio. Zira então atira o bebê morto no mar, anda
cambaleante até Cornelius e morre abraçada nele, diante dos olhares tristes de
Lewis e Stephanie. O circo de Armando está sendo desmontado para ir a outro
lugar. Enquanto ele admira o bebê de Heloise, vemos que ele está usando o
pingente de são Francisco, ou seja, aquele é Milo, que Zira havia trocado de
lugar com o filhote de Heloise. Armando se afasta, enquanto Milo chama por sua
mãe.
Desenvolvimento
e produção:
Apesar do
segundo filme ter terminado de modo que a série fosse encerrada, a Fox queria
mais uma sequência, encomendada ao escritor Paul Dehn pelo produtor Arthur P.
Jacobs, através de um telegrama onde dizia que enquanto os macacos existissem,
mais uma sequência deveria ser feita. Indo na contramão da destruição do
planeta, Dehn leva Cornelius e Zira para o passado, junto a um brilhante
cientista macaco que consertou a nave de Taylor. Com uma história situada em
nossa época, com apenas dois atores com maquiagem de macaco, ficou fácil
administrar o parco orçamento de pouco mais de dois milhões de dólares.
Paul Dehn
também colocou no roteiro alusões a perseguição racial e mesmo alusões
religiosas, comparando o possível assassinato do bebê de Zira ao Massacre dos
Inocentes, promovido por Herodes, que não queria perder seu poder para o
vindouro “Rei dos judeus”.
Roddy
McDowall retorna ao papel de Cornelius depois de ter ficado de fora do segundo
filme por compromissos de trabalho. Kim Hunter, que precisou ser convencida a
gravar o segundo filme, gostou muito do roteiro deste. A atriz contava que,
apesar do clima descontraído nos bastidores, ela e McDowall sentiam uma certa
sensação de isolamento por serem os únicos a usarem a maquiagem de macaco. Natalie
Trundy, que no filme anterior fez o papel de uma humana mutante, aqui
interpreta a Dra. Stephanie Branton. O ator Sal Mineo, que interpreta Dr. Milo,
esperava que esse papel desse um novo impulso à sua carreira, tal qual o
primeiro filme impulsionou a carreira de Roddy McDowall. Porém, isso não deu
muito certo, já que como o ator se sentia extremamente desconfortável com sua
maquiagem de macaco, seu personagem precisou ser reescrito para que saísse de
cena bem antes do que fora originalmente planejado. Charlton Heston, que esteve
nos dois primeiros filmes (como protagonista no primeiro e coadjuvante no
segundo), aqui aparece brevemente em sequências de flashback. Inicialmente, seriam incluídas cenas mostrando a
decolagem da nave, a explosão da Terra e os macacos voltando no tempo como
cenas pré-título, mas em razão do curto orçamento, isso foi cortado. Apesar de
ter sido produzido a toque de caixa por conta do orçamento reduzido (foi
gravado em apenas seis semanas), conseguiu mais que o dobro nas bilheterias,
sendo um sucesso também entre os críticos.
Nossa
opinião:
Sem sombra
de dúvidas, esta é a melhor de todas as sequências de Planeta dos Macacos. O segundo filme, De Volta ao Planeta dos Macacos, bem que tentou encerrar a história
por ali mesmo, mas em razão da excelente bilheteria que teve (apesar da
história sofrível), os produtores resolveram encomendar uma terceira parte para
a franquia. Aliás, é incrível o que o escritor Paul Dehn conseguiu criar para dar
seguimento à saga dos macacos, levando-se em conta que o filme anterior teve
mesmo a clara intenção de ser um encerramento. Não conseguiram apenas criar uma
nova história, mas entregar um roteiro anos-luz melhor que o anterior,
combinando a direção habilidosa do ator e diretor Don Taylor, a sintonia entre
os atores e o orçamento enxuto num mesmo pacote. O filme acerta em cheio trazendo
os macacos para os nossos dias (ano de 1973, mas...), através do recurso da
viagem no tempo. Isso faz com que Fuga do
Planeta dos Macacos sirva tanto como conclusão quanto como o começo de
tudo, o que é bastante discutido pelo vilão do filme, Otto Hasslein. Afinal, a
história cria um bizarro paradoxo, que nos faz pensar: os eventos de Planeta dos Macacos e “De Volta”, que acontecem no futuro,
aconteceram porque Zira e Cornelius vieram do futuro para deixar seu
descendente, e assim iniciar a revolução símia, ou eles só vieram pra cá como
consequência do futuro que já existia? Se nunca tivessem vindo para cá, o
futuro teria sido o mesmo? É impossível ver esse filme e não ficar embasbacado
e se perguntando essas coisas quando os créditos aparecem na tela.
Quanto aos
atores, esses tem sua grande parcela de responsabilidade para que o filme tenha
sido excepcional. Roddy McDowall, que não pode participar do segundo filme (uma
falta bastante sentida, por sinal), retorna para seu papel mais famoso. Ele e
Kim Hunter tem uma sintonia muito boa com seus personagens, sendo impossível
não torcer por eles na situação em que estão. Os dois protagonizam cenas
divertidas e memoráveis, conseguindo compor seus personagens de forma muito
convincente, tanto em situações involuntariamente cômicas até as mais
dramáticas. Destaca-se aqui o final, onde os dois morrem abraçados.
Foi a última
aparição no cinema de Sal Mineo, ator que teve projeção ao atuar ao lado de
James Dean em Juventude Transviada.
Porém, sua carreira já estava em decadência, e ele imaginava que o papel de Dr.
Milo o projetasse novamente, mas ficou pouquíssimo tempo em cena porque a
maquiagem o incomodava. Ricardo Montalbán também tem pouco tempo em cena, mas é
incrível como seu personagem, Armando, consegue cativar, com seu jeito
irreverente e espontâneo. Os demais atores também desempenham bem seus papéis,
coerentes com a história.
Porém, mesmo
com todas essas qualidades, o filme não é perfeito. Para que a história dele
fosse viável, várias coisas foram inseridas de forma meio forçada. Por exemplo,
como os macacos teriam conseguido tirar a nave de Taylor do fundo do mar? De
onde tiraram as roupas de astronauta, sendo que eles não tinham tecnologia
similar em mãos, e as roupas da equipe de Taylor foram rasgadas no primeiro
filme? Outra coisa são alguns efeitos pobres empregados, sobretudo no final.
Para fazer o pequeno Milo falar, deixaram a cena em looping, num efeito de doer... Esses pequenos percalços, no
entanto, não tiram de Fuga do Planeta dos
Macacos o mérito de ser o segundo melhor filme dessa cine-série original. E que
poderia ter muito bem encerrado a franquia por aqui, não fosse a vontade da Fox
de lucrar mais...
Fique agora com algumas imagens!
Fotos dos bastidores:
Página da Wikipedia (em inglês)
Críticas:
Plano Crítico
Vortex Cultural
Pôster original de cinema |
Fotos dos bastidores:
Roddy McDowall, Kim Hunter, Sal Mineo e o produtor, Arthur P. Jacobs |
Kim Hunter e o diretor Don Taylor |
Kim Hunter, o escritor Mort Abrahams e Natalie Trundy |
Página da Wikipedia (em inglês)
Críticas:
Plano Crítico
Vortex Cultural
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